Num dia, os seguintes objectos mudaram de casa, de uma casa onde já não era necessários, para a casa onde eram necessários:
um electrodoméstico
os acessórios em falta desse electrodoméstico
um vestido
um saco com lãs
vasos de exterior
Tudo começou com a avaria de um eletrodoméstico. Pedi um novo no grupo de doações e, durante o jantar, alguém ofereceu o que eu precisava. Algumas pessoas ajudaram a juntar-nos, mas a oferta tinha peças em falta. Logo apareceu quem oferecesse os acessórios. Neste momento, continuo a jantar.
Depois do jantar, vejo isto e fico de coração cheio. Procurei nos perfis das doadoras algo que precisassem e que eu tivesse. Uma delas precisava de lãs, e eu tinha várias numa caixa, paradas à espera de mãos que as trabalhassem.
Mas primeiro, liguei a uma amiga para confirmar se a minha sobrinha não precisaria de alguma das lãs. Não precisava. Perguntei então sobre um vestido que estava numa mala de roupas abandonada. Ela quis o vestido.
No final, a amiga perguntou-me se eu queria vasos para o pátio. Claro que sim!
Este dia foi um lembrete do valor da solidariedade e da importância de partilhar o que já não nos serve. Graças ao grupo de doações, objetos que estavam parados, encontraram novos lares onde são necessários, e eu tive a oportunidade de ajudar e ser ajudada.
Ontem, a pedido da minha mãe (a primeira coisa que disse depois de Bom Dia), visitei a feira de Espinho.
Enquanto passeava pelas bancas, deparei-me com várias sapatilhas e comecei a pensar nas minhas: compradas usadas e usadas todos os dias do ano.
A diferença de qualidade entre as minhas sapatilhas e as que vi na feira era evidente. A sola das minhas é feita de borracha resistente e durável, enquanto as da feira eram de plástico, que, pela minha experiência, irá rachar em poucos meses de uso.
Este é o segundo par de sapatilhas usadas que compro, e a minha experiência tem sido tão positiva que não me imagino a comprar um par novo. Primeiro, porque comprar usado permite adquirir qualidade a um preço acessível. Segundo, porque comprar usado é uma forma mais responsável de agir em relação ao nosso planeta, já tão doente.
As minhas primeiras sapatilhas usadas, compradas e experimentadas num parque de estacionamento onde combinei a entrega, encaixaram como uma luva… uma autêntica luva. Desde então, tornei-me uma entusiasta da compra de calçado usado, especialmente de modelos com tecido na parte superior. Comprei essas sapatilhas através da OLX em 2019 e, posteriormente, outras pela Vinted em 2022. Estas têm sido o único calçado que tenho usado nos últimos cinco anos.
Já começam a acusar a utilização intensiva e já começo a ter de reparar o tecido. Por isso, é tempo de ir à Vinted e começar procurar sapatilhas na Vinted.
Claro que o objectivo é vender mais alguma coisa para pagar com saldo, mas confesso que tenho andado preguiçosa e não tenho actualizado o perfil com novos itens.
Optar por produtos de qualidade e duráveis, mesmo em segunda mão, é uma estratégia que promove a poupança e o consumo consciente. Comprar usado é, para mim, uma escolha inteligente e responsável, que beneficia tanto o nosso bolso quanto o meio ambiente.
Como sabem, eu recolho o que vão deixando junto aos contentores de reciclagem, se achar que posso usar ou reencaminhar para quem lhe dê utilidade. Reutilizar objetos contribui para a redução do desperdício e para a promoção da sustentabilidade.
E também, contribui em muito para o meu prazer porque adoooooro descobrir tesouros! E também faz maravilhas para a minha carteira, pois já poupei muito (e dei a poupar), reutilizando o que encontrei.
Vamos aos tesouros!
LIVROS
Há dias, uma vizinha colocou um lote de livros em cima da caixa da electricidade (?).
Vendi 1 na Vinted, doei 2 e ainda estou a encaminhar os restantes. Ficarei apenas com dois pequenos livros de fotografias do artista Hazul, que eu ADORO.
UM ESPELHODE CORPO
Bolas! Um espelho de madeira maciça, como novo. Parecia ser cerejeira.
Infelizmente, não cabia no carro, com a cadeira de rodas na mala. Tentei voltar, mas já não estava lá.
UM MÓDULO DE ARRUMAÇÃO
Mais um achado, um módulo de arrumação Trofast do Ikea, sem as gavetas. Está como novo e vai ser doado a uma familiar.
Agora tenho de encontrar as gavetas… usadas ou doadas.
Está como novo e vai ser doado a uma familiar. Agora tenho de encontrar as gavetas… usadas ou doadas.
COLCHÃO DE ESPUMA
Também encontrei um colchão de espuma que vai ser doado (se alguém precisar dele) ou reutilizado para fazer camas para os gatos ou até reforçar os assentos das minhas cadeiras.
FINALMENTE,
algo que estava à procura! Vi uma caixa de um colchão EMA, junto aos contentores… do papel! Juro! Quanto mais ricos os prédios são, piores as maneiras e o civismo.
UM PLÁSTICO GRANDE E MAIS GROSSO
Parei o carro porque estava na esperança que a caixa tivesse um plástico grande e grosso para reparar a minha estufa. Acertei!
Claro que estive a colocar todo o cartão no contentor, antes que viesse chuva.
Vou precisar de mais, mas dá para começar.
Quando tiver um pouco mais livre, peço mais no grupo de doações.
Cama redonda de animal de estimação, no folheto semanal do Continente
A cama que encontrei no lixo-deixa-ver-se-alguém-leva. Isto, quando estava a planear fazer uma almofada para um dos gatos.
Foi lavada e desinfetada com lixívia para roupa de cor.
Cama remendada com alguns pontos e ficou pronta a usar.
E ele adora-a. Enroladinho ou esparramado na sua nova caminha, passa lá uma boa parte do dia.
Mais um item que não precisava de acabar num aterro. Uma cama assim, lavada e remendada poderia ter sido uma excelente oferta a um grupo de doações no Facebook ou até a uma instituição ou grupo que acolha animais.
Um pequeno esforço… basta um bocadinho de esforço para fazer melhor.
Felizmente para mim, encontrei-a e poupei o trabalho de costurar uma, que era o meu plano para esses dias. #remendarparapoupar