Reflexões sobre o orçamento familiar

Esta semana, cheguei a duas conclusões que considero fundamentais para as minhas finanças pessoais: 

I – A segurança financeira também é um luxo que deve ser valorizado

Se fizéssemos uma lista de luxos, provavelmente encontraríamos no topo dessa lista itens como viagens, carros, casas e outros itens similares. São itens para os quais atribuímos um preço. Quanto maior o seu custo, mais valorizado será. Aos amigos falamos do novo carro e no novo telemóvel; nunca do quanto poupamos ou conseguimos pagar da dívida no cartão de crédito. 

Mas porquê? Porque valorizamos mais o gastar do que o poupar? 

Esta semana a bateria do meu carro avariou. Tive de chamar o mecânico, levar o carro e finalmente pagar a conta. Há um ano atrás, estaria ansiosamente a tentar adivinhar quanto custaria, se teria dinheiro na conta à ordem, quando teria de fazer de imputar ao cartão de crédito. Até poderia ser um receio irrealista, mas ele seria alimentado pelo sentimento de insegurança de não ter uma poupança para emergências. Já me senti assim, mas não nesta semana. 

Nesta semana, também não sabia quanto seria o custo do mecânico, mas o simples facto de saber que tinha um fundo de emergência, dinheiro na conta à ordem e um cartão de crédito “livre” de excessos, permitiu-me uma serenidade e paz de espírito que me surpreendeu.

Não é um modelo que se aplique a todos, mas para mim, há uma serenidade na segurança financeira que férias num hotel jamais poderiam comparar-se.

E nem estou a falar de valores muito elevados, mas o suficiente para que uma conta extra de €100.00 não seja motivo para recorrer a um cartão de crédito com as despesas correspondentes.

II – Eu estou a poupar mais do que inicialmente contabilizei


Comecei o meu orçamento com uma análise a um ano de pagamentos com multibanco no Continente (os únicos dados que tinha disponíveis, graças a extractos bancários). Concluí que gastava, em média, €175 euros mensais. Recordo que é o valor para 1 casa e 1 pessoa.

Comecei o ano impondo-me um orçamento mensal de €100.00 acrescido de um eventual valor de crédito em Cartão Continente. Não o tenho ultrapassado em muito, mas nas últimas semanas estava a supreender-me o facto de não poupar mais que isso. E depois ocorreu-me que estava a esquecer-me pensar globalmente no meu orçamento familiar. 

Eu gastava uma média de €175.00 (ou €150 se for mais conservadora e excluir coisas como roupa, livros e vestuário que aí estariam incluídas), mas esqueci-me que com esse valor eu fazia metade das refeições.

Muitos take away para o jantar e almoços na restauração. Muitos lanches e pequenos almoços fora. Em contraste, hoje levo para o trabalho uma garrafa térmica com café e leite, fruta para durante o dia e almoço feito em casa. Menos uns quilos e mais saúde.

Aliando ao que conclui na semana passada (mais dinheiro disponível do salário), concluo agora que, de facto, estou a poupar muito mais, mas noutra rubrica – gastos com alimentação fora de casa.

 

https://descontos.blogs.sapo.pt/231861.html

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