Desejo-vos tudo de bom para 2025 (e seguintes), juro, de coração, mas não consigo fazer de conta de que a realidade não existe e deixar uma mensagem com palavras vãs e que não refletem o que estou a sentir.
Para mim, é difícil pensar em 2024 com algum sentimento positivo. E em relação a 2025 só vejo as sombras a alastrarem-me e a apagar todas as oportunidades de luz.
Sinto que 2024 foi um teste à nossa humanidade e que falhámos redondamente. Nós somos a geração que virou a cara a mais um genocídio. Sem desculpas. Está nos nossos telemóveis, nas aplicações em que vimos vídeos de gatinhos. Somos a geração que adoptou os livros “tudo” Auschwitz e que disse “nunca mais”. Somos a geração que romantizou a memória das vítimas, que fez filmes, séries e livros, mas que falhou em reconhecer as vítimas atuais. Deixámos que a empatia se tornasse efémera, limitada a likes e partilhas (ou nem isso), enquanto vidas eram ceifadas, enquanto pessoas perdiam tudo.
A história não é apenas algo que estudamos, mas também algo que moldamos e quando falhamos em agir, tornamo-nos cúmplices do silêncio.
Seremos lembrados como aqueles que sabiam e que, mesmo assim, não agiram. O peso da impotência é esmagador.
Gostaria de terminar numa nota positiva, e dizer que ainda há tempo para mudar, mas as palavras não bastam.
Feliz ano de 2025
Que este ano seja mais humano que 2024
São os meus votos!
Feliz Ano.
Feliz Ano de 2025. Concordo em absoluto com o que disse. A realidade é muito cruel.
Feliz Ano de 2025, Manuela.
A realidade é mesmo muito cruel.
Nunca desista de mostrar ao mundo o que se passa. obrigada.
Obrigada, Carla. Não imagina o quanto as suas palavras são importantes para mim.
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