Esqueci-me de mostrar a camisola de dormir que comprei há cerca de 10 dias. A compra foi feita numa loja solidária da Remar e o item era usado, ou pelo menos foi descartado.
Há algum tempo que estava a pensar em comprar mais alguma roupa para dormir, especialmente de meia estação porque, o que tenho, salta de manga curta para flanela.
A foto mostra a camisola, depois de dormir com ela, sem passar a ferro e sem respeitar a etiqueta que dizia que não poderia lavar acima dos 30º ou usar secador de roupa. Nada mau, hein?
E porque foi descartada uma camisola como nova? Com a malha a não evidenciar quaisquer sinais de uso?
O meu palpite é que a pessoa que a comprou tentou tirar um laço que teria na gola e furou a malha. E como o remendo era visível, já não quis a camisola.
E assim, fiquei com uma camisola para dormir, nova para mim, por apenas €1.00.
Sabiam que o impacto das roupas usadas para África já é tão significativo que há paises a banirem esse comércio? Associado ao impacto positivo, que é o acesso a roupas baratas, há os aspectos negativos como o afundamento de economias locais de têxteis; ou ambientais, devido à lavagem de materiais sintéticos que largam microfibras.
Se 1 milhão de mulheres* comprasse o seu próximo item de vestuário usado, em vez de novo, evitaríamos que 6 milhões de kg de poluição por carbono, entrasse na atmosfera.”
Se os valores estão ou não correctos, eu não sei. Mas sei que uma peça usada é algodão não plantado, regado, protegido com pesticidas, colorido com tintas, água não gasta, electricidade não gasta, gasolina não gasta na produção e distribuição.
Em suma, alguma coisa é poupada e é por isso que uso roupa usada.
* A referência a mulheres prende-se com o facto de ser um cartaz de um movimento feminino que tem como objectivo ter um impacto positivo nas alterações climáticas, através de medidas práticas, nas nossas vidas diárias. O enfoque é reduzir a poluição, reduzir o desperdício e economizar energia.
https://descontos.blogs.sapo.pt/3146077.html