Quem me lê, sabe que tenho por hábito recolher itens diversos deixados junto a contentores do lixo ou reciclagem para lhes dar um encaminhamento devido.
Entre mais uma amálgama de coisas ( brinquedos diversos, artigos de decoração, umas prateleiras de vidro, umas telas de plástico…), estavam bonecas e peluches, que fui limpando e remendando (ainda tenho uma boneca e um peluche para remendar) e, finalmente, doando num grupo de doações ou deixando na Remar.
Duas bonecas destacaram-se por parecerem antigas… aliás, tudo tinha ares dos anos 80, o que vim a confirmar. Também estavam incrivelmente sujas, por isso foram ficando para o fim.
Curiosa, entrei na toca do colecionismo de bonecas Famosa. Descobri isso depois de muitas horas e dias a vasculhar a internet em blogs de coleccionadores/as, fotos de catálogos de brinquedos antigos, lojas online dedicadas ao coleccionismo…
Depois de identificar as bonecas, coloquei-as à venda no Vinted, com um preço abaixo das restantes. Vendi em menos de 1 hora.
Prometo que irei fazer um post especial sobre o processo, com algumas dicas, mas queria salientar o seguinte: o que para uns é lixo, para ser descartado, sujo e partido, para outros é ouro. Ou melhor dizendo… é 85€ + seguro + portes de envio.
E eu não tive sorte, pois ando há anos a recolher tudo e mais alguma coisa e a reparar, remendar, aproveitar e doar. Eu simplesmente decidi investigar mais sobre o valor de um item em particular, porque me despertou a atenção.
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Resposta antecipada para aquelas pessoas indignadas porque não doei as bonecas para uma criança que não tenha. Que vergonha…
Se estão preocupadas com as crianças não terem brinquedos no Natal, via loja solidária, sugiro que ponham os pés numa: centenas de brinquedos para todas as idades, sem crianças que as adoptem. Eu prefiro continuar a doar na campanha do Pai Natal Solidário – CTT… brinquedos novos.
E se mesmo assim não estão satisfeitas e querem uma boneca. Aqui está uma pronta a levantar. Não é Nancy, tem o cabelo sujo, está partida e não funciona , mas é uma boneca…. se serve para crianças pobres, também serve para a tua neta/filha… ou não serve?
O que já não serve para a minha filha, sou incapaz de dar a alguém.
Eu tento dar sempre a alguém próximo, quase sempre de forma indirecta (através de outra pessoa conhecida) mas, especialmente no início, fiquei com algumas peças de roupa mais “importantes”. Um baby-grow ou outro, uma mantinha.
Mais do que isso, era tralha acumulada que, ou ocupava espaço necessário para outras coisas, ou acumulava pó/bolor, como tantas tralhas que tenho na garagem, sem necessidade, mas que até tenho medo de ir lá… aquilo deve ter um ecosistema próprio e ainda sou engolido naquilo.
Claro, muitas coisas simplesmente tirei fotos e ficam aí as memórias. Porque guardar tudo é um desperdício de espaço do meu lado, e das coisas em si, que podem dar jeito a alguém.
Dei muita coisa nova ou quase nova. Então depois do COVID, dei 2 pares de sapatilhas por estrear, que tinha comprado para a primavera-COVID… veio o bicho, viemos para casa e tudo parou, inclusivé a necessidade de tanto calçado. Como as crianças dão aqueles saltinhos de 2 ou 3 cms de vez em quando, as sapatilhas deixaram de servir.
Ainda não tinha pensado nisso. Com o confinamento, realmente há muita roupa que ficou no armário e que deixou de servir.
Igual, mas não imagina o que aparece nas lojas solidárias.
Ainda me estou a habituar aqui ao novo blog…. mas… queria dizer que os seus blogs ensinam-me tanto e levam-me à reflexão! Obrigada!
Iria ser assídua se partilhasse tudo isto em forma de videos no youtube!!, mais detalhados dos que já faz agora… 🙂 aos poucos até podia ser que trouxesse um rendimento extra!
Também me estou a habituar ao novo blog… Que saudades dos meus sapinhos!
Boa noite.
Olhe, na minha terra diz-se que vozes de burro não chegam aos céus. Ignore. Eu também tenho apanhado várias coisas no lixo e levado para instituições e lojas sociais, apanhei 2 sacos de lixo daqueles de 100l cheios de brinquedos, passei horas a juntar as peças de cada jogo/puzzle para ver o que estaria completo e doei tudo. Mas também já trouxe para casa artigos da vista alegre que vendi e fiz algum dinheiro e não me pesa a consciência por isso. Aproveito para lhe fazer uma questão na esperança que me saiba esclarecer. É preciso estar registado nas finanças para se poder vender artigos no olx e assim?
Depende.
Se for para vender bens próprios, não.
Mas se for para fazer disso uma actividade, então sim, como qualquer outra actividade comercial.
A minha dúvida é… como declarar uma coisa que se apanhou no lixo? 🙂
Eu percebo. A questão que se tem colocado por aqui é o caso particular de venda de mudas de plantas. Por exemplo, compro uma orquidea, com os anos ela fica enorme. Divido o vaso e quero vender metade. Posso?
Há centenas de pessoas a vender assim no Olx mas há quem defenda que é ilegal…
Honestamente, não sei responder.
Excluindo a questão proprietária das sementes originárias, que geralmente têm patente e por isso não podem ser comercializadas (isso é um mundo vergonhoso), eu fico em dúvidas. Se a pessoa vende o que é seu, não pagaria impostos, mas se tiver uma actividade regular de propagação e venda, parece-me mais um sucedâneo da agricultura.
Mas isto são impressões.
Acho que fez muito bem! E continue porque merece bem pelo que já deu nestes anos todos. E quem não estiver bem pode sempre ir aos caixotes e apanhar, ter o trabalho e dar o que os outros não querem.
Não faltam coisas para quem quer ser altruísta. Só que geralmente querem ser com o trabalho e tempo dos outros.
Obrigada pelas gentis palavras. Mas a última vez em que publiquei algo do género, foi quando encontrei uma Bimby por 20€. Até aí, sempre que dizia que vestia roupa usada, comprada na Remar e afins e que comprava lá livros, ninguém “se queixou”.
Assim que comprei uma Bimby, choveram críticas por estar a comprar numa loja “para pobrezinhos”. Enfim…
Se mais pessoas comprassem em lojas solidárias, essas instituições estariam muito melhor, assim como as finanças pessoais de muito boa gente. Já para não falar neste pobre planeta.
Eu sei e li.
A dor de corno, e escrevo corno de propósito, assiste a muita gente que não se vê bem ao espelho.