Esta é uma história de partilha e frugalidade.
Em pleno confinamento, eu e uma amiga decidimos fazer uma sessão virtual de costura, na esperança de nos motivarmos para terminar projectos.
A minha amiga tinha um projecto em mãos, em que iria aproveitar o recheio de uma almofada decorativa, uma de muitas que vão deixando de ter espaço em muitas casas.
Quando vi o coração, de imediato eu pensei numa personagem de um grupo sul coreano que a minha sobrinha adora: Tata.
Tirei os braços, enchi a almofada (inclusivé com os braços que retirei), apliquei boca e olhos em feltro (que já tinha) e reinventei a almofada.
Ao reaproveitar o “lixo” de outra pessoa, vou fazer uma adolescente muito feliz (pelo menos, enquanto durar a moda).
Por vezes, vejo pais gastarem verdadeiras fortunas em objectos com um tempo de vida muito curto: a boneca ou a banda da moda vêm com uma etiqueta e o preço costuma ser alto.
Eu não escondo – pelo contrário – que compro usado e reutilizo produtos.
Eu conto às minhas sobrinhas onde compro as pechinchas e quando me custaram. Elas sabem que eu sou a tia DIY e até vêm a mim com os seus pedidos.
Uma das minhas sobrinhas, ainda na primária, andava na escola a dizer: foi a minha tia que fez. Perdi a conta do número de bandeletes, totós e outros que tais, que fiz para a pequenada.
Hoje, mais crescidas, elas não recordam as coisas/objectos, mas o facto de a tia lhes fazer coisas, inclusivé com elas ao lado.
O amor não se compra com objectos, mas com dedicação, com o nosso tempo e atenção.
E isso é difícil, quando estamos cansados de um dia longo de trabalho. Mas não é essa a razão de ser desse trabalho: dar-lhes uma vida melhor?
O que me parece, é que vivemos numa fase em que demasiadas pessoas associam essa vida melhor a coisas: o telemóvel, as sapatilhas, …. Porém, esquecem-se que uma relação emocionalmente forte com um/a filho/a, capacita-o/a muito melhor para não sentir a necessidade de procurar laços afectivos com outros, através de ostentação.
Mas divago… este é um post sobre uma almofada descartada, não uma “lição de vida” (não solicitada).
https://descontos.blogs.sapo.pt/4172277.html