Verdadeiras poupanças

Para mim, o stock tem ajuda-me a comprar ao preço mais baixo e dá-me tempo para organizar as minhas compras, já que vou aprendendo melhor qual é o preço ideal. Assim, aproveito “a grande promoção” e só tenho de gerir os frescos. Não tenho de me preocupar que o produto X está mais barato no hiper 1 e o Y está melhor no 2. As necessidades, porque já supridas, são cada vez menores.

 

Mas, nos últimos dias, tenho lido alguns desabafos, de quem sentiu que gastou mais, em vez de poupar. Tem a dispensa cheia, mas o dinheiro mais curto. Com efeito, não posso deixar de alertar para os riscos deste tipo de organização das nossas compras:

 

1 – No espaço que ocupa

 

Se tivermos pouco espaço, é muito difícil fazer um stock. Acabamos com coisas amontoadas e “tapadas” por outras. Às tantas já não sabemos o que temos e acabamos por comprar em duplicado. Ter uma folhinha com um inventário, é absolutamente essencial. Nem que seja um pedaço de papel colado com fita cola na porta interior da farmácia da casa de banho, como eu fiz. 

Acreditem, daqui a uns meses, já não se lembram do nº de champôs que têm ou do nº de pasta de dentes.

Isso é tão mais verdade quando têm armários grandes que implicam que os produtos que ficam atrás fiquem ocultos. 

 

2 – Nos meios financeiros que exige

 

Em última análise, é preciso ter dinheiro para criar um stock. E mais que isso, é preciso saber de antemão que dinheiro dispõem para isso. Tenho lido que gastaram mais, mas têm a dispensa cheia. Porém, se essa dispensa está cheia de detergentes e não têm dinheiro para a alimentação até ao fim do mês, têm de repensar a vossa estratégia.

O stock tem de fazer parte do orçamento. Têm de saber que podem dispor de X do vosso orçamento familiar, para o criar.


Dou como exemplo a recente promoção do bacalhau Iglo que tantos entusiasmou. Cá em casa come-se muito bacalhau. Sei cozinhar poucas coisas, mas o meu bacalhau com natas e o bacalhau à zé do pipo, são sempre um sucesso nos almoços familiares de domingo. Ora, são 5 pessoas e eu faço sempre para 6 porque as sobras são mais uma refeição.

 

Claro que eu não daria 10 euros por 2 postas de bacalhau. Mesmo para lombos é caro. Mas daria €1.97 por 2 postas. Comprei 3 embalagens. Mas para poder “aceder” a 6 postas por €5.91 (aliás, será grátis, graças ao reembolso da Iglo), eu tive de pagar €29.67 (menos, descontando os vales de desconto da Couponxare). Eu utilizo os descontos em cartão precisamente para isso: para ter uma verba disponível para “investir” em determinadas promoções.

 

Uma familiar costuma referir-se ao crédito em Cartão Continente da seguinte forma: tenho de ir ao Continente para gastar X que tenho em cartão; vou comprar uma roupinha para a A. porque tenho muito dinheiro no cartão. 

 

Isso não é poupar. É o seu direito – gastar o seu dinheiro como bem entender. Mas o seu propósito não é poupar. Efectivamente, também compra os produtos ao preço mais baixo, mas aproveita essa “poupança” para outras coisas que não caberiam no seu orçamento familiar.

 

Eu quero MESMO poupar. Aproveitar para comprar um extra porque temos dinheiro em cartão cliente, é precisamente isso: um extra, um mimo que nos concedemos. Mas temos de ter a consciência que estamos a comprar mais – e com isso não quero dizer que não podemos fazê-lo, desde que o façamos intencionalmente e não por distracção.

 

 

3 – No sentimento de falsa poupança

 

Tem um pouco a ver com o que disse anteriormente. Fazemos as contas e concluímos que “poupamos” X. Mas na verdade, se mudamos de marca e gastamos mais só para utilizar um vale, isso não é poupar.

 

Se não começarem a contabilizar o quanto gastam ao fim do mês, para perceber o impacto do método no vosso orçamento familiar, como poderão aferir da verdadeira poupança?

 

Claro está que, se o objectivo era poupar em determinado produto, que apenas deixaram de utilizar porque se tornou pesado no orçamento familiar, então poderão não sentir a necessidade de contabilizar o orçamento mensal.

 

Mas se querem poupar de forma regular e sistematizada, confesso que não vejo outro método. É preciso começar a fazer as contas.

 

https://descontos.blogs.sapo.pt/125538.html

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Olhar para dentro

Quando vos mostrei que a poupança também se faz em unidose, um cêntimo de cada vez, tinha dois objectivos:

– demonstrar como faço as minhas contas;

– evidenciar que poupar é uma maratona, leva o seu tempo, mas vêem-se: cêntimo a cêntimo, produto a produto.

 

Juntem todas as pequenas poupanças, todos os cêntimos de todos os produtos que usam diariamente e tornar-se-à evidente onde se poupa.

 

Isto porque, há quatro grandes grupos de pessoas:

– as que não têm porque poupar

– as que querem/precisam de poupar e têm por onde cortar

– as que querem/precisam de poupar e não têm por onde cortar, apesar de poderem reajustar a forma como gastam

– as que não se enquadram em nenhuma das situações acima descritas

 

Este blog não se adequará a todos. E mesmo dentro de cada grupo encontrarão muitas diferenças.

 

Para mim, o primeiro passo foi concluir que pertencia a um destes perfis. Também tem de haver honestidade nessa atitude. Eu conclui que preciso e quero poupar e que tenho (felizmente) onde cortar.

 

O registo diário das despesas e o registo de desperdícios alimentares permitiu-me chegar a duas grandes conclusões:

– desperdícios é o mesmo que dinheiro deitado ao lixo, e

– as pequenas despesas, devidamente somadas, tornam muito mais claro o destino do dinheiro.

 

Há cortes e cortes. Sou muito adversa a listas do género: como poupar €500 num mês, com um elencar de despesas que a generalidade das pessoas não tem. Para diversas pessoas, o salário não atingirá esse valor.

 

Para mim, tudo começa com três grandes questões:

quer poupar?

o que está disposta/o a fazer para poupar?

qual é o objectivo da sua poupança?

 

https://descontos.blogs.sapo.pt/119307.html

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