A MARAVILHOSA Feira do Livro do Porto não é só feita de espaços verdes, pavões a passear entre pavilhões, um miradouro para um pôr de sol cinematográfico e um programa de excelência.
É tudo isso e livros. 🙂
Se andam pelo Porto e ainda procuram manuais escolares, não se esqueçam que a Feira do Livro tem um stand da CMPorto com manuais escolares usados e gratuitos.
Estou certa que já andam a preparar o novo ano escolar e os manuais escolares são sempre a primeira dor de cabeça. Claro que notícias como esta, não ajudam nada.
Antes de compararem as promoções dos grandes pontos de venda, não se esqueçam de que há manuais gratuitos para aproveitar:
Bancos de recolha e partilha gratuita de livros escolares em todo o País.
Basta dirigir-se a um dos Bancos e procurar os livros escolares que precisa.
Todos os Bancos aderentes ao Movimento REUTILIZAR.ORG partilham o mesmo princípio de GRATUITIDADE, não havendo qualquer custo associado.
Agradecemos que se dirija a um dos Bancos, e que deixe aí os seus livros escolares.
Os responsáveis pelo Banco farão a selecção dos mesmos de modo a poderem ser Reutilizados.
O município de Lisboa irá garantir os manuais escolares do 7º ao 12º ano de escolaridade. Para o resto do país, os manuais são gratuitos até ao 6º ano de escolaridade.
Para beneficiar da entrega gratuita de manuais escolares os encarregados de educação terão de registar-se na plataformawww.manuaisescolares.pt.
No momento do seu primeiro acesso será pedido a confirmação do seu número de contribuinte, sendo obrigatório os encarregados de educação terem consigo os seus dados de acessos ao Portal das Finanças para que seja efetuada a sua validação. Não os tendo, os encarregados de educação deverão solicita-los no Portal das Finanças.
A partir da plataforma terão acesso aos dados escolares do(s) seu(s) educando(s), aos vouchers correspondentes aos seus manuais escolares e à lista das livrarias aderentes onde poderão ser feitos os seus levantamentos. A validação para o levantamento de manuais escolares pressupõe a impressão dos vouchers ou a apresentação dos mesmos em formato digital.
Não havendo possibilidade para aceder à internet, o encarregado de educação deve dirigir-se à escola onde está matriculado o seu educando e solicitar os vouchers em papel.
Este ano, os encarregados de educação têm de se registar durante o mês de agosto numa plataforma online para pedir os manuais escolares que são gratuitos para todos os alunos das escolas públicas do 1.º ao 6.º ano.
De fora desta obrigatoriedade ficam todos os alunos com ação social escolar, que irão continuar a levantar os manuais como vinham fazendo nos anos anteriores, esclareceu à Lusa o gabinete do Ministério da Educação.
Para garantir que ninguém fica de fora, as escolas terão equipas disponíveis para ajudar as famílias que tenham mais dificuldades em utilizar a internet ou a aplicação agora criada, referiu.
Pergunto-me se realmente as escolas terão, em Agosto, “equipas disponíveis para ajudar as famílias“.
Cada vez mais, a imposição aos cidadãos de uma literacia digital que a maioria não possui. Aliás, haverá muitos encarregados de educação que não têm sequer os meios.
Na semana passada (teria sido há duas semanas atrás?), a propósito da cíclica discussão à volta do peso das mochilas escolares (com o seu conteúdo, claro), começaram a sugerir como alternativa, os tablets com manuais digitais.
Mandam as regras da blogosfera, que se comentem temas actuais para ter muitos comentários, partilhas, tráfego… Cá a menina precisou de vários dias para evitar muitos adjectivos.
Informo que as próximas palavras serão contidas e culminam na minha (forte) oposição à utilização de manuais escolares digitais.
DESVANTAGENS NA UTILIZAÇÃO DE MANUAIS ESCOLARES DIGITAIS
Os tablets avariam e partem-se com facilidade.
As baterias dos tablets só têm garantia de 6 meses.
A logística de carregar as baterias em ambiente de aula seria um pesadelo.
Mesmo com seguro de reparação e accionamento da garantia do tablet, as crianças ficariam sem ferramentas durante o período em que tablet estivesse a ser reparado (cerca de 1 mês).
Os custos de utilização de manuais escolares digitais com tablet seriam maiores que a dos manuais em papel (se acham se os preços dos manuais desceriam para justificar o investimento num tablet, é porque não acompanham os preços ebooks).
Os estudos mais recentes têm advertido para riscos na utilização prolongada de ecrãs para ler e o impacto do tipo de estímulos neurológicos associados à utilização de computadores.
O ensino através de multimédia não se resume a conteúdos animados e a sua utilização teria de ser precedida de formação de quem a vai utilizar como ferramenta.
Os pais não estão preparados para os riscos relacionados com a segurança informática.
SUGESTÕES DE COMO DIMINUIR O PESO EM MOCHILAS ESCOLARES
Estabelecer a obrigatoriedade de manual único – não existe qualquer razão, excepto a margem de lucro das editoras, para que os pais comprem múltiplos livros para cada disciplina (actividades e afins).
Estabelecer a obrigatoriedade de um peso máximo ou número máximo de páginas para cada manual – pode parecer absurdo, mas seria a única forma de evitar a criação de mega livros (xico espertice); bastaria utilizarem, como referência, o número médio de páginas, dos últimos 3 anos, dos manuais existentes.
Dividir o manual escolar em fascículos ou partes (percebem agora a necessidade do ponto 2?).
Notem que não sugiro os cacifos como a solução. Faço-o porque ainda não me explicaram como isso seria compatível com a existência de trabalhos de casa.