Greenwashing (do Inglês green, verde, a cor do movimento ambientalista, e whitewash, branquear ou encobrir); em Português, lavagem verde; é um anglicismo que indica a injustificada apropriação de virtudes ambientalistas por parte de organizações (empresas, governos, etc.) ou pessoas, mediante o uso de técnicas de marketing e relações públicas. Tal prática tem como objetivo criar uma imagem positiva, diante a opinião pública, acerca do grau de responsabilidade ambiental dessas organizações ou pessoas (bem como de suas atividades e seus produtos), ocultando ou desviando a atenção de impactos ambientais negativos por elas gerados.
O greenwashing é uma ação que empresas realizam para “maquiar” os seus produtos e tentar passar a ideia de que eles são ecoeficientes, ambientalmente corretos, provêm de processos sustentáveis, entre outros. Assim, termos e expressões como “eco”, “ecológico”, “menos poluente” e “sustentável” começam a aparecer nas embalagens e rótulos de diversos produtos, na tentativa de indicar que as empresas são ambientalmente responsáveis.
Desde que comecei as minhas diligências para tentar diminuir o plástico, fui confrontada com um discurso recorrente que incentiva a substituição do plástico por versões biodegradáveis e reutilizáveis. Teoricamente, isso é óbvio, mas confrontada com a prática, nem por isso.
Por exemplo, muito do “plástico biodegradável” não é assim tão biodegradável como isso e ficamos com dois problemas – não pode ser descomposto naturalmente e não pode ser reciclado enquanto plástico.
Na verdade, aquilo que tenho sentido é o incentivo de consumo de substituição, que não é mais que mais consumo, gerador de desperdício de recursos ambientais.
Um exemplo, porque comprar talheres em bambu para substituir talheres em inox? Um pano não é mais higiénico e eficiente que uma película de cera, para embrulhar sandes? Um frasco de vidro não é mais eficiente e higiénico para congelar?
Parece-me que, usar o que temos, deve ser sempre preferível a uma substuição de produtos, por muito verdes que sejam.
Sinto-me frustrada que a mensagem de práticas de vida mais sustentável, esteja a ser ofuscada pela mensagem de um estilo de vida com produtos caros e que que visam projectar uma identidade.
A Catarina perguntou-me se tenho alguma pérola de sabedoria para partilhar sobre a diminuição do plástico. Estou a começar o meu percurso, mas se há algo que já aprendi, foi a não me deixar levar em marketing que incentiva o consumo.
Sim, as próximas escovas de dentes que vou comprar serão biodegradáveis. Mas o meu problema não são 3 ou 4 escovas de dentes por ano, mas o plástico que sai da minha cozinha e os descartáveis na restauração.
Assim, parece-me que identificar o maior foco de plástico será o primeiro passo. Depoios, identificar aquele que mais facilmente consegue evitar e começar por aí.
O que tenho tentado fazer:
- Eu procuro sempre que me sirvam garrafas de água em vidro, na restauração.
- Eu recuso descartáveis como palhinhas e peço sempre colheres inox para misturar açúcar.
- Eu uso frascos para congelar (quase eliminando o meu consumo de películas de plástico).
- Eu uso sacos de pano para embrulhar sandes e afins.
- Eu uso panos na cozinha, em vez de papel absorvente.
- Eu apanho plástico na rua e nas praias.
- Eu evito comprar frutas e legumes em locais onde o plástico seja a única alternativa.
- Eu ando sempre com sacos de pano e recuso os sacos que me oferecem (de plástico ou papel).
- Quando preciso de comprar algo, procuro sempre um produto usado.
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