Reflexões sobre o orçamento familiar
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Na semana anterior coloquei as questões e não estaria a ser honesta se não fosse transparente com as minhas respostas:
Quer poupar?
Estou muito motivada para poupar. Sei que comecei devagar, tive os meus percalços, que não sou perfeita ou mesmo eficiente. Mas quero (verdadeiramente) começar o processo, mesmo com os obstáculos e reajustes no método.
Para mim, poupar é ter dinheiro para além da conta corrente. Não quero apenas esticar o ordenado mensal mas acumular poupança.
O que está disposta a fazer?
Comecei do zero para uma progressão de comportamentos: registo de despesas, compras mais conscientes e redução de compras.
Concedi-me três meses de testes: dos métodos, reajustes e orçamentos. Com o final do terceiro mês a aproximar-se rapidamente concluo que ainda não estou a poupar suficientemente, especialmente no que respeita a despesas extra-orçamento familiar.
Pontos fracos:
– continuo a ter desperdícios alimentares, apesar da melhoria;
– continuo a gastar demasiado em itens de pequeno valor, mas que no final do mês, se tornam numa quantia significativa;
– não estou a ser suficientemente agressiva na poupança de electricidade.
Pontos fortes:
– um pequeno mealheiro já cobriu – no mesmo mês – as despesas com um episódio de urgência hospitalar e com uma reparação do carro; de outra forma, seriam despesas que teriam de sair do orçamento mensal;
– continuo a não comprar nada com cartão de crédito, com excepção de raras compras via internet que têm esse como única forma de pagamento;
– não compro itens que não consumo de forma habitual, apenas porque tenho um vale de desconto;
– continuo os registos de despesas, orçamento familiar e desperdício alimentar.
Qual é o objectivo da sua poupança?
Esta é uma resposta complicada, por ser eminentemente pessoal. Tenho quatro objectivos essenciais para poupar:
1. Para eliminar toda a minha dívida em crédito pessoal (obras para a minha casa e cartão de crédito);
2. Para criar um fundo de emergência em caso de doença e/ou desemprego;
3. Para criar uma poupança para reparações da casa e carro;
4. Para criar uma poupança para a minha velhice – se lá chegar.
Eu olho para os quatro objectivos e penso que só estes, em pequenas parcelas, levariam todo o meu salário. Isso é o habitual: a tarefa é tão grande, tão avassaladora que não vemos SEQUER como começar.
Eu só posso dizer que decidi começar. Para já, ainda estou no ponto 1. Todo o dinheiro que consigo poupar, todas os objectos que consigo vender (Miau/Sapo leilões), serve para pagar o mais rapidamente possível essa “dívida”. O meu objectivo é ficar com um passivo a ZERO. Atingi-lo tornou-se um objectivo pessoal.
A minha estratégia é simples: grão a grão come a galinha a dívida. Coloco de parte, junto os tostões e quanto tenho um valor mínimo (por exemplo €50.00, acrescento esse valor ao pagamento habitual/mensal).
Poderá parecer pouco, mas esses adiantamentos no pagamento têm reflexos muito significativos nos juros a pagar. E se não pagamos X de juros, esses X passam a servir para “abater” a restante dívida.
(continua)
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Eu sei que sou insistente em dois pontos. Primeiro, os meus post sobre o orçamento familiar não reflectem mais que o meu percurso. Porém, há muito que constatei que este tipo de transparência (embora com as cortinas que a privacidade impõe) gera discussões válidas e produtivas, revela caminhos e soluções e permite a validação/crítica/reajuste/acertos.
Hoje, com uma prestação de contas como a que fiz, impunha-se que viesse contar o resto. Este blog é puro egoísmo. Eu sei que julgam que sou uma alma altruísta que anda aqui a velar pelas vossas poupanças, mas recordo-vos que tudo começou com um retumbante EU! EU ia fazer um diário e pelo meio publicar para familiares e amigos – os meus familiares e os meus amigos.
EU nunca imaginei esta exposição. Tenho blogs há anos e nunca tal me passou pela cabeça. EU preciso mais de vós, que vós de mim. Reconheço algum mérito em vos ter alertado para as possibilidades mas mais que isso não.
EU preciso da disciplina que este blog impõe. Ter de fotografar os meus desperdícios alimentares tem-me obrigado a olhar de outra forma para o que como e como gasto.
Dizer-vos que vou publicar o orçamento semanal faz com que efectivamente o tenha de fazer, me obrigue a fazê-lo e finalmente colha os frutos da auto-disciplina.
Por isso, acreditem quando vos digo que preciso mais de vós, que vós de mim.
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