Partilho hoje uma história que serve como reflexão sobre a nossa relação com as escolhas financeiras, especialmente quando se trata da nossa saúde visual.
Como muitos de vocês já sabem, recentemente parti a lente dos meus óculos. Os meus óculos representam um dos meus maiores investimentos em saúde. Costumo ser bastante conservadora quanto à mudança da armação, mas nunca poupei na qualidade das lentes. Para vos dar uma ideia, as últimas lentes progressivas, adquiridas em 2021, custaram-me 385€ cada.
Nas duas últimas mudanças de lentes, notei que estas eram mais propensas a ficarem esbotenadas. Curiosamente, este problema manifestou-se até mesmo durante o período de seguro (uma oferta da marca), mas como o dano era mínimo, optei por não substituir as lentes na altura para evitar aumentar o meu impacto ambiental.
Infelizmente, esse pode ter sido um erro. Um pequeno canto esbotenado levou a outro, até que, fora do período de proteção do seguro, parti finalmente a lente. Comecei a questionar se a fragilidade das lentes seria realmente resultado de mau uso ou se indicaria um defeito de fabrico.
Após deixar claro que não estava satisfeita com o produto e que iria procurar alternativas, ouvi uma explicação que me apanhou de surpresa: que as minhas lentes progressivas são mais frágeis devido ao material usado para reduzir a espessura, que é normal que fiquem amarelas e que a utilização de uma armação integral pode protegê-las melhor.
E eu, cliente há mais de 30 anos nesta ótica, nunca tinha sido informada sobre estes pormenores, sequer quando ouvi uma explicação de mais de 20 minutos sobre porque deveria investir nas lentes mais caras.
A conclusão: alguns dias depois, ligaram-me para substituir as lentes gratuitamente, mas recomendaram uma mudança de armação que as protegesse completamente.
Depois de reflectir, decidi não arriscar e vou mudar de armação. Mas decidi tomar um caminho diferente. O fácil era chegar à ótica e comprar uma armação nova, mas eu fui ao OLX e encontrei uma opção básica (no modelo, porque é Empori Armani, com um PVP de cerca de 80€-130€) por apenas 10€, a apenas 5 minutos da minha casa.
Planeio, ainda, investir noutra armação, que custa menos de 10€, levando ambas para a ótica, para decidirem qual se adapta melhor à lente.
Lições a Retirar:
- Frugalidade é Saber Escolher: Optei por soluções mais acessíveis (usado é bom), sem comprometer a qualidade, mostrando que é possível fazer escolhas financeiramente inteligentes.
- Sustentabilidade Financeira: Ao comprar uma armação usada, dei-lhe uma segunda vida, contribuindo para uma abordagem mais sustentável em termos financeiros e ambientais.
- Reclamar se Achar que Tem Razão: Eu evito situações de conflito, frequentemente preferindo ficar com o prejuízo, “para não me chatear”. Este episódio sublinha a importância de questionar, reclamar quando necessário e garantir que os nossos direitos como consumidores são respeitados.
Espero que esta experiência pessoal vos inspire a repensar as vossas próprias escolhas. Ao reclamar poupei, no mínimo 385€ e ao comprar uma armação usada em vez de nova, terei poupado uns 80€ (se é que teriam opções económicas na ótica).
Hoje, estou aliviada e feliz com as escolhas que fiz.